Sua primeira saudação, simples, e aquele primeiro pedido
de oração tornaram-se, para mim, sinais claros de um homem profundamente humano
e intimamente ligado a Deus.
As escolhas que fez — da casa ao crucifixo peitoral,
das vestes ao carro, até os sapatos — já anunciavam que algo novo e
surpreendente estava entre nós.
Sua forma de comunicar, leve, amorosa, corajosa e
provocadora, apontou-me um novo caminho para a minha própria maneira de
comunicar. Seus discursos, com palavras simples, acessíveis, repletos de
exemplos da vida — da sua vida — me ensinaram que a verdade pode ser dita com
doçura e força ao mesmo tempo.
O sorriso generoso, os gestos marcantes, os abraços
sinceros — muitas vezes surpreendentes — tocaram o coração de muitos, inclusive
o meu.
Ouvi-lo tornou-se, para mim, um hábito prazeroso.
Ler seus escritos, uma necessidade. Eles passaram a ser guia para minha missão
e para meu agir.
Francisco trouxe palavras para o nosso vocabulário: alegria, misericórdia, Igreja em saída, casa comum, sinodalidade, cultura do encontro, processo, todos
irmãos, esperança...
Francisco levou o nosso olhar e o nosso coração aos pobres. Nos mostrou com toques e gestos solidários que o amor não é questão de palavras. O amor é concreto!
Recordo, com emoção, o beijo na imagem de Nossa
Senhora em Aparecida em 2013 — um gesto que dizia, mais do que palavras, o seu
amor por Maria. E as flores oferecidas a ela em Santa Maria Maior — gesto tão
simples e significativo, como aquele de querer repousar seu corpo na casa da
Mãe.
E sua despedida, tão semelhante à sua chegada,
falou-nos da sua proximidade amorosa, a qualquer custo.
Em 21 de abril de 2025 a terra ficou mais vazia e o Paraíso mais próximo de nós!