quinta-feira, 24 de abril de 2025

EU TAMBÉM TENHO ALGO A DIZER SOBRE O PAPA FRANCISCO

         Antes de 13 de março de 2013, eu não o conhecia. Mas, a partir daquele dia, posso afirmar com convicção: não fui mais a mesma.

Sua primeira saudação, simples, e aquele primeiro pedido de oração tornaram-se, para mim, sinais claros de um homem profundamente humano e intimamente ligado a Deus.

As escolhas que fez — da casa ao crucifixo peitoral, das vestes ao carro, até os sapatos — já anunciavam que algo novo e surpreendente estava entre nós.

Sua forma de comunicar, leve, amorosa, corajosa e provocadora, apontou-me um novo caminho para a minha própria maneira de comunicar. Seus discursos, com palavras simples, acessíveis, repletos de exemplos da vida — da sua vida — me ensinaram que a verdade pode ser dita com doçura e força ao mesmo tempo.

O sorriso generoso, os gestos marcantes, os abraços sinceros — muitas vezes surpreendentes — tocaram o coração de muitos, inclusive o meu.

Ouvi-lo tornou-se, para mim, um hábito prazeroso. Ler seus escritos, uma necessidade. Eles passaram a ser guia para minha missão e para meu agir.

Francisco trouxe palavras para o nosso vocabulário: alegria, misericórdia, Igreja em saída, casa comum, sinodalidade, cultura do encontro, processo, todos irmãos, esperança...  Palavras que não são somente palavras, mas um projeto para Igreja e para a humanidade.

Francisco levou o nosso olhar e o nosso coração aos pobres. Nos mostrou com toques e gestos solidários que o amor não é questão de palavras. O amor é concreto! 

Recordo, com emoção, o beijo na imagem de Nossa Senhora em Aparecida em 2013 — um gesto que dizia, mais do que palavras, o seu amor por Maria. E as flores oferecidas a ela em Santa Maria Maior — gesto tão simples e significativo, como aquele de querer repousar seu corpo na casa da Mãe.

E sua despedida, tão semelhante à sua chegada, falou-nos da sua proximidade amorosa, a qualquer custo.

Em 21 de abril de 2025 a terra ficou mais vazia e o Paraíso mais próximo de nós!

Descanse em paz, amado Papa Francisco.
Não me esquecerei “di pregare per te”. Prega per me!

Ir. Rosa Maria Ramalho, fsp

(Foto: Pixabay)